Novidades e tendĂȘncias do maior evento de varejo no mundo
A NRF Retailâs Big Show deste ano reuniu quase 40 mil varejistas em Nova York, conforme estimativa da revista Forbes. Foram mais de 300 palestrantes e aproximadamente 1.000 expositores. Segundo a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, o varejo brasileiro foi muito bem representado, com cerca de 3.000 participantes.
A Sellbie tambĂ©m marcou presença, compartilhando alguns destaques do evento em suas redes sociais. Nosso olhar busca traduzir, aos nossos mais de 100 clientes e Ă s demais marcas do varejo nacional, nĂŁo apenas as novidades e tendĂȘncias do evento, mas principalmente as oportunidades Ă luz do CRM e da tecnologia.
A seguir, listamos as principais dicas para âarregaçar as mangasâ e colocar em prĂĄtica tudo que vimos por lĂĄ:
1. A força das lojas fĂsicas
A importĂąncia fundamental das lojas fĂsicas foi debatida, durante o evento, por 10 entre 10 palestrantes. Seja como PDV tradicional, ponto de entretenimento e imersĂŁo na marca, local de encontros e compartilhamento de ideias ou mini centros de distribuição, todos sĂŁo unĂąnimes em apontar a necessidade de uma rede de lojas fĂsicas.
Um desses palestrantes foi Ron Coughlin, CEO da Petco, que trouxe um dado fundamental: â39% dos nossos clientes sĂŁo omnichannel. A gente precisa sempre ter as lojas fĂsicas. SĂŁo fundamentais para nosso modelo de negĂłciosâ, ponderou.
Marvin Ellison, CEO da Loweâs Companies Inc, foi na mesma pegada: âSe tem uma coisa que aprendemos durante a pandemia Ă© que nossos clientes querem conveniĂȘncia. Mas tambĂ©m aprendemos que isso nĂŁo significa o fim das lojas fĂsicasâ.
O comportamento do consumidor mudou, a pandemia ensinou aos varejistas que a conveniĂȘncia Ă© cada vez mais valorizada, mas isso nĂŁo Ă© novidade, nĂŁo Ă© mesmo? E embora o e-commerce e todas as interaçÔes online auxiliem no sentido de entregar essa conveniĂȘncia ao cliente, que rapidamente pesquisa o que quiser para sanar suas dĂșvidas e curiosidades, o contato humano ganhou outro lugar no sentimento das pessoas.
Neste perĂodo pĂłs pandĂȘmico, todos estĂŁo tentando voltar ao âvelho normalâ, porĂ©m aquele de 2019 nĂŁo existe mais. O que temos atualmente Ă© um âoutro normalâ, com as pessoas muito menos tolerantes e a busca por experiĂȘncias fĂsicas que as âpreenchamâ, cada vez mais forte. Os consumidores querem aqui e agora. Eles precisam se relacionar, tocar, interagir, experimentar. Voltar ao bĂĄsico, mas o bĂĄsico bem-feito.
Isso nos leva ao segundo ponto...
2. Quem faz acontecer, precisa de muita atenção
Se de um lado temos consumidores menos tolerantes, de outro temos equipes de loja que passaram meses em casa, durante a pandemia, e, portanto, também sentiram os efeitos de todas as mudanças. Essas equipes precisam, urgentemente, ser acolhidas, para então poderem acolher.
Segundo Christina Hennington, VP da Target Corp, o ponto mais importante para o sucesso da empresa estå no time da ponta, na comunicação e engajamento com os vendedores para conquistar os clientes.
O CEO do Neiman Marcus Group, Geoffroy van Raemdonck, vai alĂ©m: âNo final do dia, tocamos pessoas (colaboradores), e precisamos olhar para eles, ver e medir o que podem fazer para criar laços de confiança com os clientes. Precisamos ter certeza de que os funcionĂĄrios estejam cientes do propĂłsito da marca, que todos saibam quem sĂŁo e como se conectam ao objetivo da empresa.â
Portanto, vimos a necessidade de pontos fĂsicos para troca de experiĂȘncias e de acolhimento dos times de loja, uma vez que sĂŁo eles os responsĂĄveis pela entrega das experiĂȘncias transformadoras aos clientes. AĂ vem a pergunta: os times de loja estĂŁo preparados pra esse desafio?
Na NRF Retailâs Big Show 2022 jĂĄ havia sido muito explorado, e esse ano ainda mais fortemente, que quem se relaciona com seu cliente precisa ser cuidado. Quando a marca faz diferença na vida do seu time de vendas, capacita os colaboradores, cuida e promove um ambiente mais leve e feliz, os resultados âtransbordamâ para o relacionamento e atendimento ao cliente, melhorando em nĂveis significativos o retorno para a marca.
Brendon Gerish, CCO da John Elliot, ressaltou a importĂąncia da preocupação com a equipe desde a contratação: âTemos que pensar criativamente no momento das contrataçÔes, pois a interação humana nas lojas farĂĄ toda a diferença. Por mais que tenhamos padrĂ”es de treinamento, contratamos pessoas pelo que elas sĂŁo e tĂȘm em comum com a marca. SĂł assim o cliente terĂĄ um atendimento pessoal, com a identidade da empresa.â
Isso nĂŁo invalida, Ă© claro, a atenção dada ao processo de capacitação. Foi bastante debatido que capacitar os colaboradores tambĂ©m significa disponibilizar informação, para que a equipe de vendas seja capaz de conhecer o cliente a fundo, entregando experiĂȘncias muito alĂ©m do esperado.
A tecnologia, como aliada tanto do digital quanto do fĂsico, oferece a esse time condiçÔes ideais para cuidar da jornada do cliente na marca. Saber em minutos quem Ă© esse cliente, o que ele gosta, como Ă© seu comportamento de consumo, entre tantas outras informaçÔes, Ă© uma maneira de entregar as ferramentas necessĂĄrias para seu time ter um desempenho melhor. Ă cuidar do time de forma inteligente.
Em outras palavras, este é um bom começo. Se deseja colocar em pråtica o cuidado com seu time de vendas, comece por aqui. Seu time ganha e seus resultados aumentam.
3. Dados fazem o mundo girar
Como as marcas podem se diferenciar em um mercado onde hĂĄ tantas oportunidades, e nĂŁo apenas a preocupação com a concorrĂȘncia direta?
O debate na NRF 2023 girou muito em torno da importĂąncia da coleta e tratamento dos dados do cliente para um relacionamento cada vez mais assertivo. CRM na veia. Mais que isso, o Ciclo Perfeito de CRM se mostra cada vez mais importante para os diferentes segmentos e o varejo em especial.
O dado Ă© o insumo para as empresas conhecerem seu pĂșblico, oferecendo experiĂȘncias relevantes. Ofertas por nicho, relacionamento por nicho, ou seja, mostrar que vocĂȘ conhece seu cliente e sabe trazer o conforto ideal no relacionamento com ele. Ao longo do tempo, vocĂȘ terĂĄ cada vez mais dados para analisar, com isso conhecerĂĄ cada vez mais seu cliente e poderĂĄ se relacionar cada vez mais e melhor com ele.
Um dos palestrantes que bateu muito nessa tecla foi, mais uma vez, Ron Coughlin, CEO da Petco: âDado Ă© fundamental pra gente rodar o negĂłcio, ajustar a cadeia de entrega e oferecer os produtos e serviços que cada Pet precisa, no momento certo e com a oferta certaâ, ressaltou ele.
4. TendĂȘncias 2025 - WGSN
Durante o evento, Andrea Bell, VP de Consumer Insights da WGSN, autoridade global em previsĂŁo de tendĂȘncias, deu um panorama dos drivers que orientarĂŁo as estratĂ©gias de negĂłcio atĂ© 2025. Resumindo, vale a gente focar em 4 pontos chave:
1 â Adote a empatia como mantra
Não basta mais se colocar no lugar do cliente. à preciso ir além, entender o mundo do ponto de vista dele e mudar. Para as organizaçÔes, é preciso também entender o mundo do ponto de vista de seus colaboradores.
2 â Invista em regras executivas sustentĂĄveis
A sociedade caminha, ainda que a passos não tão largos, na direção do bem-estar, sustentabilidade, inclusão, diversidade e equidade. Para prosperar, os negócios precisam acompanhar a sociedade.
3 â Aposte em pontos de venda/contato flexĂveis
ConveniĂȘncia, escolha, liberdade. Para entregar tudo isso a seu cliente, Ă© importante pensar o negĂłcio com a maior flexibilidade possĂvel. AlĂ©m do mais, essa maior flexibilidade pode ser um diferencial frente Ă concorrĂȘncia.
4 â Tenha um mindset âdejavuâ, ou seja, aquela sensação de quando vocĂȘ olha para algo que jĂĄ viu vĂĄrias vezes e de repente, vĂȘ com um novo olhar
Como se fosse um ânovo bĂĄsico bem feitoâ. Nesse sentido, Ă© preciso ter na veia as dicas lĂĄ apresentadas, como âempodere o clienteâ, âpense na natureza (sustentabilidade)â e âvalorize o bem-estar em primeiro lugarâ.
NĂŁo parece nada novo, mas na verdade Ă©! Declarar e se atentar para todos esses pontos na construção de marca, torna a experiĂȘncia diferenciada.
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